31.8.14

Instagram e o frenesi tecnológico

Tecnologias sempre fizeram parte da vida humana, a criação e o uso de ferramentas sempre foi importante para o nosso bem-viver, desde o chamado homem pré-histórico.

Porém, a mim ao menos, assusta o uso frenético de tecnologias, quaisquer que sejam. Encontro pessoas que me parecem capazes de tudo, menos de se desconectar, de deixar de lado, por um tempo mínimo que seja, seus dispositivos móveis. Trata-se de uma obsessão que Larry Rosen chamou de iDistúrbio (em uma tradução livre) no interessante livro que traz o título "iDisorder: Understanding Our Obsession with Technology and Overcoming Its Hold on Us".

Ontem, no jantar comemorativo do aniversário da minha mulher, no Villa Roberti, era interessante (ou seria estressante?) ver casais em uma mesa para um jantar com as mãos nos smartphones. Não se tocavam, não por pudico; tocavam telas, por puro vício, creio.

Em um lugar que atrai olhares, seja pelo ambiente em si, seja pela beleza dos pratos, eu percebia pessoas conectadas em gente que estava distante e desconectadas de quem estava tão perto. Digitavam em um frenesi, mal falavam com quem estava ao lado. Ou será que enviavam textos para quem estava ali ao seu lado, tão tangível, para falar do lugar, da comida ou declarar seu amor? Se expressavam através das máquinas, abandonando os "olhos nos olhos"?

O que será que descreviam de forma tão frenética em mensagens no Whatsapp, no Facebook ou onde quer que seja?  Será que comentavam as delícias de uma cozinha italiana, clássica e moderna, que eram oferecidas em suas mesas? Falavam da qualidade da carta de vinho ou reclamavam, para outros, dos preços? Comentavam a beleza do lugar?

E, é claro, havia quem fotografasse os pratos, possivelmente compartilhando com o mundo - pelo Instagram talvez - a beleza do que era servido.

Eu, sem smartphone ou tablet, não pude comentar isso ontem mesmo, lá do restaurante ou, melhor ainda, tão logo dali saísse. Até porque fui ali para comemorar uma data importante, comer um suculento gnocchi di patate al fileto e brie, tomar um bom vinho francês e falar da vida com a minha mulher, meu filho e sua namorada.  Naquele momento de festa em família, eu não precisava da tecnologia móvel; deixei-a em casa. Mas naquele exato momento me lembrei de uma tirinha do Adão Iturrusgarai.

Hoje, em casa, na frente de um notebook, escrevo o post no qual insiro a tirinha.


De forma semelhante a praticamente qualquer pessoa hoje, levo uma vida que implica em imersão, sem desorientação, na tecnologia digital. Vou a esse mundo virtual e dele volto. Exatamente por isso daqui a pouco me desligo da tecnologia. Lerei o jornal de hoje, o livro policial que me espreita da estante; terei o almoço, onde apenas velhas tecnologias (fogão, garfo, faca ....) estarão envolvidas. Celular? Só amanhã pela manhã, quando retomar o trabalho. 

Tecnologia e batalhas perdidas


Será que, ainda, existem pessoas que apostam contra tecnologias, especialmente as de base digital?

Em um artigo bastante interessante publicado hoje, 31 de agosto, no jornal Folha de São Paulo, Hélio Schwartsman traz a questão do uso que, adequadamente, denomina de variegado das tecnologias, lembrando-se até mesmo do ludismo (por favor não confunda com lulismo). 


No seu artigo, Schwartsman lembra inclusive a polêmica do uso do Secret, que incomoda escolas, mobilizou a polícia e levou um juiz a determinar que a Apple e a Google removessem o aplicativo de suas lojas oficiais no Brasil (o que, é óbvio, não impede a sua obtenção em  lojas virtuais internacionais) e do app Uber, que provoca a ira dos taxistas. para quem o serviço oferecido é um serviço clandestino.

Vale a pena refletir sobre o artigo, até porque, como bem alerta Schwartsman, "basicamente, quem aposta contra a tecnologia acaba perdendo, mesmo quando tem razão."
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Batalhas perdidas

No século 19, parte dos trabalhadores ingleses decidiu combater o progresso tecnológico, que corretamente viam como uma ameaça a seus empregos, destruindo máquinas. Eram os luditas. Suas ações acenderam o imaginário popular, mas não foram capazes de deter a revolução industrial.
Algo parecido pode estar ocorrendo agora em relação à internet. O fenômeno é variegado e abarca desde um juiz tentando proibir um aplicativo que assegura anonimato a quem faz comentários na rede até taxistas protestando contra um programa que promove "caronas remuneradas". Até pode haver lampejos de justiça nessas causas, mas desconfio que a derrota é inexorável.
Mesmo que o aplicativo Secret seja banido do Brasil, não será difícil para o usuário acessar versões estrangeiras das lojas de aplicativos e assim burlar a restrição. Quanto aos taxistas, não há muito o que fazer. Como dizia o George Carlin da prostituição, não dá para querer tornar ilegal a venda de algo que pode ser dado de graça totalmente dentro da lei. Se a carona gratuita é permitida, fica muito impedir a carona paga.
Ao contrário de magistrados e taxistas não estou tão convencido do caráter maléfico dessas novidades. Tecnologias tendem a apresentar-se em tons mais cinzentos, oferecendo diferentes "blends" de benefícios e problemas. Mesmo quando são claramente desvantajosas, podem às vezes tornar-se um caminho sem volta.
Essa ao menos é a tese do geógrafo Jared Diamond, para o qual a adoção da agricultura, embora tenha sido "o pior erro da história dos seres humanos", tendo, num só golpe, destruído a saúde das pessoas e criado as distinções sociais, se espalhou como uma praga pela humanidade. A razão principal é que povos agrícolas eram capazes de produzir muito mais gente do que a concorrência.
Basicamente, quem aposta contra a tecnologia acaba perdendo, mesmo quando tem razão.

Prezi

O Prezi é um site para a criação de apresentações não lineares, com navegação e efeito zoom, o que permite um considerável impacto visual. Podemos, assim, dizer que o Prezi utiliza o mesmo conceito de redução (zoom out) e ampliação (zoom in) de imagens que é bastante conhecido, por exemplo, pelo Google Maps.





Podemos gerar, gratuitamente, apresentações on-line, no acesso direto ao site do Prezi, ou  utilizando um aplicativo, instalado no desktop, notebook ou no iPad.
O Prezi ainda oferece um aplicativo (app) que permite ver apresentações no iPhone.

Em querendo, podemos compartilhar com outras pessoas a criação de uma apresentação no Prezi.

A escola na pós-modernidade: uma atividade no Prezi

Após o debate havido em nosso último encontro, no dia 28 de agosto, é essencial que cada estudante expresse a sua compreensão do que deve/pode ser a escola na/da pós-modernidade.

Ao invés de um simples texto, a estratégia usual da escola para solicitar que os estudantes expressem saberes, essa compreensão sobre a escola na pós-modernidade será mostrada através de uma apresentação gerada no Prezi, que deverá ser inserida (incluída) neste blog, na forma de post, por cada um de seus autores. Portanto, ao invés de "entregar" o produto da tarefa ao professor, cada estudante o compartilhará diretamente com seus colegas e professor, no momento em que a inserir a apresentação no blog

No momento em que a apresentação estiver disponível no Prezi e neste blogseu autor permitirá que qualquer pessoa, ainda que sem vínculo com a disciplina, que tenha interesse no tema possa conhecer o que ele ou ela pensa, o que ele ou ela sabe. Produzir para audiências autênticas, para além da escola é uma proposta permanente na disciplina.




Sobre a escrita conectiva - fala Will Richardson

Como já foi pontuado, uma forma de participação dos estudantes da disciplina Educação, Sociedade e Tecnologia neste blog deve se dar na forma de postagem. ]

Porém, não será a simples postagem, com a transcrição de textos de outros autores ou a apenas na inserção de link para uma matéria, um artigo, um vídeo, uma apresentação. 

A contribuição que se espera deverá ser dar na perspectiva da escrita conectiva, uma proposta de Will Richardson que já comentamos. E, como nos recordam Sarah Skipwith e Anthony Miranda, considerando inclusive a habilidade para mobilizar outras mídias.

Em três vídeos, Richardson fala sobre a escrita conectiva.

Will Richardson on Connective Writing - 1 of 3

 

Will Richardson on Connective Writing - 2 of 3

 

Will Richardson on Connective Writing - 3 of 3

30.8.14

Documentário: As formas do saber com Pierre Levy

Na aula desta semana discutimos sobre a escola em um  mundo pós moderno. Lembrei de um documentário que considero interessante, onde Pierre Levy discorre sobre sua perspectiva de como os saberes se organizam e se constroem na atual sociedade. Acho que este vídeo pode ser mais um elemento para nos ajudar a pensar sobre a proposta de se fazer uma nova escola a partir desta que ai esta.


29.8.14

Nativos Digitais X Imigrantes Digitais 


Em diversos momentos, somos questionados se somos nativos ou imigrantes. Discordo totalmente desta classificação, acredito que ser nativo ou imigrante depende do interesse e não da idade.  

A imagem abaixo representa um pouco disso. É possível conhecer e utilizar a tecnologia independente da idade.

Considerando a educação, ser nativo ou imigrante depende da vontade do professor. O professor pode ser nativo, se desejar. Basta querer!

Para saber um pouco mais, sugiro a leitura do texto do Presnky. Neste material é possível compreender estes conceitos e decidir se concorda ou não!
Celular em sala de aula - Reflexão

O uso do celular (smartphone) em sala de aula, por alunos e professores pode criar um ambiente colaborativo e produtivo, favorável ao processo de ensino e aprendizagem, pois os recursos existentes nos aparelhos são flexíveis para acesso online/offline o que cria autonomia de gestão do tempo de estudo.

O artigo MOBILE LEARNING E AÇÃO DOCENTE: O CELULAR EM SALA DE AULA, apresenta algumas considerações de professores sobre o uso destes aparelhos em sala de aula.  


28.8.14

e-book: Why School: How Education Must Change When Learning and Information Are Everywhere

O livro "Why School: How Education Must Change When Learning and Information Are Everywhere", de Will Richardson, comentado no último encontro da disciplina está à venda, em sua versão eletrônica (e-book) na Amazon. E custa apenas US$ 2,99, que corresponde a algo em torno de R$ 7,00 pela cotação de hoje cedo do dólar turismo. 

Para quem não possui o Kindle, o leitor de e-books da Amazon, existe a possibilidade de usar um app que permitirá ler os e-books (em formatos AZW ou KF8, os adotados pela Amazon) em qualquer computador, tablet e smartphones (com iOS ou Android)

Em https://www.amazon.com.br/gp/feature.html?docId=1000828031 é possível baixar, sem qualquer custo, o app necessário para o seu dispositivo.

Outros links para download do app do Kindle:

Para adquirir o e-book clique aqui.

19.8.14

A evolução da tecnologia na sala de aula

As salas de aula têm percorrido um longo caminho. 
Houve um crescimento exponencial da tecnologia educacional ao longo dos últimos anos. 
Dos retroprojetores aos iPads, é importante compreender não só o que está por vir, mas também o lugar onde tudo começou.


Saiba mais .....

Connected teacher


Professor antenado

A facilidade com que os alunos interagem com a tecnologia também impôs uma mudança de comportamento em sala de aula. Hoje, já não é exclusividade dos mais jovens manter blogs, atualizar perfis em redes sociais ou bater papo com amigos na internet. A geração digital passou a exigir que o professor fizesse o mesmo - e ele está mudando pouco a pouco. Os motivos são claros. Em um mundo onde todos recorrem à rapidez do computador, nenhuma criança aguenta mais ouvir horas de explicações enfadonhas transcritas em uma lousa monocromática. "A tecnologia faz parte do cotidiano de todos os jovens. Os alunos esperam que o professor se utilize disso em sala de aula. Seu papel mudou completamente, mas continua essencial. Ele guia o processo de aprendizagem, sendo o elo entre o aluno e a comunidade científica", afirma Linda Harasim, professora da Universidade Simon Fraser, em Vancouver, no Canadá.  Saiba mais


O professor digitalmente competente


17.8.14

App. Para manter-se atualizado sobre a disciplina.

Criei um app (aplicativo) para a disciplina, contendo a nossa agenda e mais algumas informações. Assim a qualquer momento, com um smartphone ou um tablet, os estudantes poderão ter acesso a algumas informações importantes nas atividades da disciplina.

O/a estudante da disciplina, seja aluno regular (Mestrado e Doutorado) do Programa de Pós-graduação em Educação da PUC Minas ou matriculado sob a forma de disciplina isolada, poderá instalar o aplicativo em seu smartphone ou tablet, com sistema operacional iOS ou Android, para manter-se atualizado quanto à disciplina.

Uma opção para instalar o app no dispositivo é ler, nele, o QRCode abaixo. Para isso é necessário que no dispositivo esteja instalado um leitor de QRCode.





Como leitor de QR Code, particularmente utilizo, no iPad, iPod e IPhone, o i-nigma, disponível gratuitamente na App Store (acesso direto pelo dispositivo). No smartphone com Android utilizo o Barcode Scanner, disponível gratuitamente no Google Play para acesso direto a partir do dispositivo. O i-nigma tem uma versão para Android.

A outra opção é baixar, no dispositivo, o app a partir de http://app.vc/pgedest.

15.8.14

Educação e pós-modernidade

Para uma efetiva participação em um debate no tema da educação na pós-modernidade, previsto na agenda da disciplina, a leitura de alguns textos, aqui tomados como básicos, será útil como uma referência inicial. Evidentemente que o debate não se restringirá ao que está nos textos. O debate acontecerá pelas reflexões dos participantes, a partir dos textos lidos e considerada a sua experiência enquanto professor.


CHEVITARESE, L. (2001).  As “Razões” da Pós-modernidade. In: Analógos.  Anais da I SAF-PUC. RJ.
DANIEL, J. (2002).  A educação em um mundo pós-moderno.  (Texto preparado para o XVI Congresso Mundial de Educação Católica. Brasília, abril de 2002)
FRIDMAN, L. C. (1999).  Pós-modernidade: sociedade da imagem e sociedade do conhecimento.  Hist. Cienc.,Saúde-Manguinhos,  v.6. n.2.  p. 353-75.
GATTI, B. A. (2005).  Pesquisa, educação e pós-modernidade: confrontos e dilemas. Cad. Pesq., v. 35, n. 126, p. 595-608.
GOMES, J. B.; CASAGRANDE, L. D. R. (2002).  A educação reflexiva na pós-modernidade: uma revisão bibliográfica.   Rev. Latino-Am. Enfermagem. v.10. n.5. 



Outros textos, complementares, poderão (ou deverão?) ser lidos. O tempo disponível poderá ser o fator determinante nesse caso. 
ANDERSON, P. PENCHEL, M.  (1999).  As origens da pós-modernidade. São Paulo: Zahar. 
LOMBARDI, J C.  (Org.). (2003).  Globalização, pós-modernidade e educação: história, filosofia e temas transversais.  2.ed.  Campinas: Autores Associados. 

Pós-modernidade

Na pós-modernidade vê-se a contestação do sujeito da razão, trazendo a fragmentação do sujeito e a performatividade. Seria esse o tempo do fim das grandes verdades; cada verdade se faz aqui e agora, no seu contexto. É a modernidade líquida da qual nos fala Zygmunt Bauman em um de seus livros; seria o tempo do efêmero, que podemos reconhecer como bem representado no título do livro de Marshall Berman. "Tudo o que é sólido se desmancha no ar", um livro que traz uma história crítica da modernidade.

Pois é exatamente nessa pós-modernidade que se dá a educação que temos que fazer agora, ainda que possamos ter professores fazendo a escola do século XIX, como reiteradamente lemos e ouvimos.

Em um vídeo, Luiz Felipe Pondé, professor da PUC/SP e colunista do jornal Folha de São Paulo, faz uma comparação interessante entre a modernidade e a pós-modernidade, tomando como referência Zygmunt Bauman, que entende que vivemos o fim do futuro.

Pós-modernidade. Para início de conversa com a turma de 2014

No início das atividades da disciplina com a turma de 2014, a proposta é discutirmos a escola na pós-modernidade. 


que, no Brasil, recebeu o título o Caçador de Androides.

Como ponto de partida para um entendimento sobre pós-modernidade tirado de fora do contexto dos livros e textos acadêmicos, uma tarefa envolverá que cada estudante assista o filme de Ridley Scott e naquelas imagens busque identificar o que poderíamos entender como sendo marcas dessa pós-modernidade.

A atividade prosseguirá com a leitura de textos selecionados e outras atividades.

Clique aqui para ver o filme, usando arquivo Torrent.