23.11.06

O uso legal de tecnologia


Cristina Sleiman anuncia a cartilha "Boas Práticas Legais no Uso da Tecnologia Dentro e Fora da Sala de Aula", destinado a instituições educacionais.

A distribuição é gratuita.

Ver em
http://www.pppadvogados.com.br/cconhecimento.asp?Passo=Exibir&Materia=280.

20.11.06

Na terra do nunca

No país que teima em não crescer, impressiona a velocidade com que se desenvolvem meios para explorar cidadãos de boa-fé e a miséria alheia. Nos chamados grotões do Nordeste, uma novidade está mudando radical e perigosamente o comportamento dos filhos de trabalhadores rurais e de desempregados: a proliferação de lan houses sem qualquer tipo de fiscalização.
Nessas casas de jogos eletrônicos e acesso à internet, dá-se uma espécie de inclusão digital às avessas e sem orientação. Em troca de moedas, deixam que crianças e adolescentes viajem através das armadilhas do mundo virtual. Um clique e a miséria ao redor se transforma em brilho e sedução. O resultado dá para imaginar: muita pornografia e casos de meninos e meninas viciados em internet -presas fáceis para pedófilos on line.
O problema foi objeto de uma série de reportagens do "Diário de Pernambuco" antes das eleições. Uma realidade estarrecedora que deveria ser amplamente debatida em todo o país.
No interior de Pernambuco, um menino de 12 anos trabalha vendendo coentro de porta em porta para ganhar R$ 2 - é, dois reais- por mês, gastos integralmente numa hora e meia de lan house. A mãe pensa que ele desperdiça a "fortuna" comendo porcaria na rua e reclama da falta de mais um dinheirinho para pôr comida em casa. Ele trabalha, há quem roube ou vá além, relata o jornal.Ribeirão (a 85 km de Recife) tem cerca de 40 mil habitantes, 12 mil dos quais na zona rural. Pois a cidadezinha já conta com 25 lan houses e o conselho tutelar local começou a registrar casos de adolescentes de ambos os sexos que se prostituem por até R$ 1 para se conectar.
No país que se recusa a crescer, o lado perverso da tecnologia chegou bem antes de uma educação decente e inclusiva. É a miséria.com.br.

Artigo de Sérgio Costa, publicado hoje na Folha de São Paulo.

17.11.06

Inclusões e inclusões

"Há inclusão digital, mas não há inclusão na cibercultura.
Que é estar incluído na cibercultura?
É antes de tudo ter consciência crítica de sua existência cidadã no ciberespaço, na cibercidade com acesso à interfaces e dispositivos online entendidos como disponibilidades de informação e de comunicação todos-todos.
A formação para essa consciência crítica é demanda da própria cibercultura. As escolas e universidades estão profundamente despreparadas para tal."
Marco Silva, se manifestando numa lista de discussão da UNICAMP sobre EaD, quando se debatia o fato do Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, o maior evento brasileiro no tema, ser apenas presencial.

Web 3.0


Na próxima aula, 23 de novembro, discutiremos a Web 2.0 e seus potenciais usos na escola.
Mas parece que a Web 2.0 já era; tem gente saudando a Web 3.0. Esse é o caso de Nicolas Carr, em seu
blog Rough Type.

16.11.06

Barbarella vai ao Senado

A primeira vez que um pesquisador do MIT (Massachussets Institute of Technology) estruturou, em 1962, o que seria a rede de computadores que hoje se chama internet, batizou-a de Rede Galáxia. Referiu-se a ela ainda como Galáxia da Informação. Imagine você perguntando a alguém: já acessou a Galáxia? É um nome simpático, mas parece erro de tradução de filme estrangeiro.
Desde esse tempo, foi estabelecida a regra de que não haveria controle global operacional. É um princípio básico da chamada rede de arquitetura aberta.
A internet comercial brasileira começou a operar em maio de 1995. Os usuários eram apenas 120 mil ao final daquele ano. A burocracia federal tinha tentado emplacar sua primeira contribuição: propunha uma espécie de InternetBrás, por meio da então estatal Embratel. O ministro das Comunicações à época, Sérgio Motta, determinou que a estatal só podia conectar empresas à rede, ficando de fora do atendimento a usuários finais, evitando o domínio dos acessos por ela.
Onze anos depois, ao menos 14 milhões de brasileiros já navegaram pela rede. Eis que se cultuava nos subterrâneos do Congresso um novo monstro da burocracia para atuar como porteiro da internet: a obrigatoriedade do registro de usuários antes do livre acesso.
A repórter Elvira Lobato, desta Folha, foi quem trouxe à luz o risível projeto do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), ridiculamente batizado como de ataque aos crimes cibernéticos, mas na realidade oportunidade ampla de negócios para certificadores digitais.
Lei para crimes cibernéticos parece a expressão "Câmara de Soluções Definitivas", ouvida por Barbarella, a personagem de Jane Fonda no filme de 1968. "Não gosto do som destas palavras ridículas", dizia. "Grande parte das situações dramáticas começa risível", filosofava a rainha da Galáxia.

Artigo publicado, em 16.11.2006, na Folha de São Paulo.

Emília Ferreiro e as novas tecnologias

Emília Ferreiro: Trechos de entrevista à Revista Nova Escola.

NE: As novas tecnologias trouxeram mudanças importantes?
Emilia: Sim, porque entram não somente na vida profissional mas também no cotidiano pessoal. Permitem ler e produzir textos e fazê-los circular de modo inédito. Hoje, ser alfabetizado é transitar com eficiência e sem temor numa intrincada trama de práticas sociais ligadas à escrita. Alfabetizar é cada vez mais um trabalho difícil. Em muitos casos, mudou o próprio modo de ler e escrever. O texto de e-mail, por exemplo, não tem regras definidas.

NE: No Brasil, os adolescentes criaram todo um código para se comunicar pela internet.
Emilia: Isso acontece em toda parte. Pode ser um fenômeno passageiro, mas o certo é que os jovens estão fazendo com a escrita um jogo divertido. E para transgredir a escrita é preciso conhecê-la.

NE: O uso de computador nas escolas tem sido adequado?
Emilia: É comum os professores não saberem muito bem o que fazer com ele. Por isso foi inventada a sala de informática, para usar num determinado horário. É uma maneira de não incluir o computador na atividade diária.

NE: Muitas escolas têm computadores não conectados à internet. Costuma-se dizer que não servem para nada.
Emilia: Ao contrário, são muito úteis. A escola sempre trabalhou mal a revisão de texto e os alunos odiavam fazê-la porque num texto a mão é preciso voltar a escrever tudo. Com um processador de texto, a revisão se torna um jogo: experimenta-se suprimir ou deslocar trechos, com a possibilidade de desfazer tudo. Após as intervenções, temos na tela um texto limpo, pronto para ser impresso. A revisão é fundamental para que as crianças assumam a responsabilidade pela correção e clareza do que escrevem.

15.11.06

Pesquisa sobre responsabilidade no uso de Internet na escola

Esse é o resultado da nossa pesquisa. Aguardo comentários.

Uma nova doença na pós-modernidade

Jovem tarda a reconhecer uso excessivo



Rosa Farah, coordenadora da clínica da PUC-SP,
que auxilia no tratamento de viciados em internet




Por ser um problema relativamente novo, o tratamento para o vício em internet ainda é um grande desafio para os psicólogos. Segundo os especialistas ouvidos pela Folha, os efeitos maléficos do uso excessivo de computadores demoram a aparecer.
"A pessoa só percebe que está sendo prejudicada por um vício quando começa a sentir os prejuízos", explica o professor da Unifesp Aderbal Vieira Júnior.
Diferentemente do que ocorre com os viciados em jogo ou em drogas, que sentem as perdas financeiras e sociais de forma rápida, quem faz uso excessivo de internet pode demorar anos para notar que sua vida está sendo pautada por uma doença grave.
"É difícil perceber. Se um adolescente chega várias vezes atrasado na escola porque passou a noite jogando on-line, os pais acham que é uma coisa normal da idade", diz Vieira Júnior.
A falta de repressão dos pais ou da própria sociedade, no caso de adultos, facilita a piora no quadro de dependência.
A fonte do problema, porém, não é a rede e suas inesgotáveis atrações. Em boa parte dos casos, a internet atua como uma espécie de substituta para sensações que faltam na vida real da pessoa. O acesso abusivo das salas de bate-papo e de mensageiros, por exemplo, supriria a ausência de relações interpessoais.
Assim, o tratamento mais adequado é convencer o usuário a dosar melhor suas atividades. Atualmente, parar totalmente de usar o computador acarretaria prejuízos profissionais e isolamento.
Não existe uma idade ou característica predominante nos pacientes que fazem uso excessivo da internet. Muitos são adolescentes, pois a iniciativa do tratamento parte dos pais. Para os especialistas, porém, os sintomas do vício começam aparecer na fase adulta, quando o problema passa a afetar os compromissos profissionais e o corpo não suporta mais tantos abusos.

Publicado no Caderno de Informática da Folha de São Paulo, em 15.11.2006.

10.11.06

Aprender a aprender

Entende-se por aprender a absorção de conhecimentos que possibilitam uma nova visão de mundo. Mas, como é feita essa absorção? Qual o papel do professor na incentivação do aluno para absorver conhecimentos?
Encontramos também entre os vários conceitos firmados sobre aprender sendo “o desenvolvimento de competências para capacitar o indivíduo a criar soluções aos problemas propostos e aplicados na prática”. Como escola promove o desenvolvimento dessas competências nos alunos?
Aprender a aprender seria então entendido como o procedimento personalizado mais adequado para adquirir o conhecimento. Implicaria no uso adequado de estratégias cognitivas e metacognitivas na aprendizagem.
Para que o indivíduo seja capaz de aprender a aprender, necessitaria organizar seu conhecimento já aprendido e, selecionar todas as informações, utilizá-las da forma mais adequada a adquirir estratégias para por em prática. Assim, conseguiria desenvolver capacidades de realizar a aprendizagem significativa por si mesmo.
No mercado de trabalho, aprender a aprender corresponde a uma arma importante na competição por postos de trabalho, na luta contra o desemprego.
Aprender a aprender significa apropria-se de um nível elevado da aprendizagem, no processo coletivo para a produção do conhecimento. Através de uma aprendizagem colaborativa, crítica e transformadora, aluno e professor aprendem a aprender, numa relação de parceiros solidários, que enfrentam desafios de problematizações do mundo contemporâneo.



MORAN, José Manuel, MASETTO, Marcos T, BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas, São Paulo: Papirus, 2000.

5.11.06

O tempo no qual vivemos


"Vivemos na idade do moderno, do pós-moderno, do sempre moderno. O tempo da novidade, da incessante novidade. Da rapidez, do efêmero, do que não dura. O que dura, o que permanece envelhece, enferruja, mofa, apodrece."

Ferreira Gullar, no artigo "Idade do óbvio", publicado na Folha de São Paulo em 05.11.06.