5.10.08

Interação e Interatividade: Tecendo reflexões

Interação e Interatividade – Tecendo reflexões

Olá Colegas!

A partir das questões apontadas em sala de aula apresento algumas questões acerca de interação e interatividade referenciada pelos estudos de Marco Silva e Alex Primo.
Silva (2002) defende o uso do termo interatividade, em virtude de considerar o termo interação amplo demais, o que o torna vago, pois é proveniente da física, sendo utilizado pela sociologia e psicologia social, significando a relação entre dois ou mais elementos ou pessoas. Encontram-se implícitos no conceito de interatividade apresentado pelo autor “a disponibilização consciente de um mais comunicacional de modo expressivamente complexo” e ainda o uso do termo “usuário” (p. 20).
Primo (2007) tece críticas à Interatividade e enfatiza que, a palavra encontra-se calcada na perspectiva do usuário que atende a indústria da informática, configurando uma abordagem mercadológica, como argumento de venda. Para o autor em educação o termo é reducionista, pois “o usuário usa algo, não alguém” dessa forma, reduz interação a consumo. O mesmo autor salienta que, a moda na atualidade é o uso do termo disponibilizar. Nessa perspectiva, segue em defesa do uso do termo interação a partir da compreensão de que, a sociologia utiliza o termo e não há motivo para descartar. Nesse sentido, apresenta no livro “Interação mediada por computador” duas formas de interação: reativa e mútua. A primeira pautada na mecanicidade e a segunda na recursividade.
Silva (2002) aponta como pilares da interatividade três binômios “participação-intervenção”, “bidirecionalidade-hibridação” e “permutabilidade-potencialidade”. O primeiro está relacionado à potencialidade disponibilizada pelas Tecnologias Digitais de Comunicação e Informação que possibilita a ocorrência da participação e intervenção, aliada à perspectiva inclusiva da comunicação social e as diferentes formas sensoriais. O segundo evidencia a “igualdade” entre emissor e receptor, pois ambos possuem as mesmas possibilidades de intervenção e a “fusão A-B”. O terceiro trata da possibilidade de arquivamento “de quantidade de informações, mas também a ampla liberdade para combiná-las (permutabilidade) e produzir narrativas possíveis (potencialidade).” (p. 131)
Primo (2007) ressalta o inquestionável avanço de Silva (2002) em sua obra “Sala de aula interativa” e cita que o autor trabalha de forma cuidadosa os Fundamentos da Interatividade, mas aponta aspectos que considera questionável. Exemplifica que a partir de tais fundamentos “tanto um participativo estudante em um curso online quanto um robô de inteligência artificial seriam aprovados em todos os quesitos listados.” Todavia, um robô apenas reage aos comandos que se encontram previstos em seu código. Dessa forma trata-se de uma forma de interação reativa, pois o “diálogo humano não é apenas uma relação automática nem previsível” (p. 44-47)
Referências:
SILVA, Marco. Sala de aula interativa. Rio de Janeiro: Quartet, 2002 e PRIMO, Alex. Interação mediada por computador. Sulinas, 2007.

Para saber mais:
http://www6.ufrgs.br/limc/livroimc/enfoques_desfoques.swf
Alex Primo trata a respeito dos “Enfoques e desfoques no estudo mediado por computador”

Para discutir a respeito interatividade:
http://www.saladeaulainterativa.pro.br/
Marco Silva convida para o debate acerca da sala de interativa.

E você qual é o seu pensamento ou a sua defesa? Interação ou interatividade?

Abraços,

Carmem

Um comentário:

Adailton Altoé disse...

Obrigado Carmem pelas informações. Para dizer a verdade, não vejo significativas diferenças entre ação e atividade, mas entre reação e pró-ação. Para mim, o que interessa mesmo é o compartilhar experiências e saberes para um construção coletiva e em vista do coletivo, do bem comum, pois vivemos numa sociedade marcada pela apropriação indébita daquilo que é público em benefício particular.