10.10.14

O ódio on-line

É inquestionável o poder de amplificação da internet. Coisas que, de maneira geral, sempre estiveram na vida de ao menos algumas pessoas, como pedofilia, furtos e manifestações de preconceitos de toda ordem, acabam ampliadas pelo potencial da internet. O que estaria geográfica e temporalmente restrito rompe as barreiras do tempo e do espaço.

Nos últimos anos, com a expansão do acesso à rede, o período das eleições no Brasil tem sido marcado por manifestações das mais diversas ordens na internet. As manifestações nas redes sociais que pretendem o ataque, a pessoas, a ideias, não poupam eleitores e candidatos.


Uma suposta anonímia absoluta - na verdade uma ilusão - parece às vezes provocar a disposição para as manifestações de racismo, xenofobia, homofobia e, até mesmo, de intolerância religiosa.


Matéria publicada pelo jornal Folha de São Paulo revela um aumento de mais de 80% no número de denúncias de crime de ódio cometidos na Web nesta eleição que ainda não acabou. As denúncias são encaminhadas à Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos

Tudo isso é mais uma prova de que falta muito para sermos um povo educado para a cultura digital. Na verdade, falta educação não só para esta cultura.

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Professor Simão, talvez este seja o tema que mais me intriga no universo da tecnologia: o cyber-bullying! Na minha opinião, o agressor sente-se mais "protegido" por estar "atrás" de uma tela e destila todo a sua ignorância. Muitas mulheres tiveram suas vidas devastadas, ou terminadas, por causa da exposição nas telas de redes sociais, exatamente pelos homens em quem mais confiavam em suas vidas. Ex maridos e namorados, que, em um clássico exemplo de machismo, querem destruir o que não podem possuir e controlar. Exposição de fotos íntimas, vídeos, montagens, todo tipo de informação que sirva para denegrir a imagem da mulher a quem diziam amar. Em todos os estados brasileiros há inúmeros casos de suicídio de garotas, ainda adolescentes que não viram outra saída após a exibição de sua vida (real ou não) na internet. Não existe bullying sem consequência, especialmente para as mulheres em uma estrutura patriarcal arcaica como a nossa. Temos ai a junção de dois tipos de crime: o bullying e a violência específica contra a mulher.